quinta-feira, 7 de julho de 2011

Semana 1 (ou o desespero saudoso da Ana)

Arrivei sóla (ou seja, sem a minha querida Ana ) no Maputo, com uma semana de antecedência para a procura de casa e os primeiros contactos relacionados com o projecto.


Mulunguinha maningue cansada da viagem, a primeira reacção à saída do aeroporto foi um misto de receio e entusiasmo nervoso pelo que nos espera nos próximos dois meses. O caminho até ao centro da cidade foi uma mostra característica do ambiente moçambicano.

O choque inicial foi rapidamente dissipado pela calorosa recepção daquela que passámos a apelidar de "a nossa família luso-moçambicana". Jorge, Dina, Filipa e os amoroso cães Bejas e Godo deram-nos as boas vindas para uma semana preenchidíssima de caminhadas de reconhecimento.

Depois de visitar imensas casas em condições duvidosas, descobrimos um singular anúncio numa placa de cartão penduradinha numa palmeira da Av. Eduardo Mondlane: "Vendemos e alugamos casas boas". Uma barrigada de riso mais tarde decidimos tentar a nossa sorte e ligar para o contacto indicado. Atendeu um simpático Adérito, que logo nos avisou que encontrar uma casa para arrendar por tão pouco tempo seria tarefa difícil e pouco agradável ao bolso! Poucas horas depois o Adérito volta a ligar com boas notícias: tinha encontrado um "flat" que preenchia as condições pedidas (incluindo o preço YEEEAAHH) e ficava numa zona boa e segura.
Corremos para a Rua da Argélia (não sem antes termos desesperado na procura do restaurante "Delfino", que na verdade se chama "Bel Piato") e em pouco mais de 10 minutos tinhamos encontrado poiso para os 13 voluntários do grupo, sem ser preciso grandes exercícios de empilhamento.

Os dias da primeira semana no Maputo foram passando à boa velocidade moçambicana, entre passeios pela cidade e as necessárias visitas e reuniões aos locais de trabalho. A Universidade Eduardo Mondlane foi uma boa surpresa - com um complexo pedagógico relativamente recente, a complementar a já antiga estrutura da Universidade, as condições são as melhores (aparte a aparente inexistência de projectores funcionais) para as nossas modestas aulas.


O choque voltou com a visita ao Centro de Dia da Boa Esperança, no Xipamanine. Qualquer receio foi rapidamente afastado com nova recepção calorosa, desta vez da directora do Centro: M.ª José conseguiu motivar-nos em poucos minutos para o importante trabalho do PUMAP junto das crianças.

A ultimar os últimos preparativos finais da casa (pois, mais uma vez, à boa velocidade moçambicana, foram precisos vários dias para equipar a casa com um pouco de tudo, desde os colchões à interMet!), chegou a segunda leva de voluntários (e a nossa Ana :D de quem eu já tinha muitas saudades ). Recebemo-los com um magnífico repasto em casa da nossa família luso-moçambicana, aproveitando para comemorar o aniversário do Tunes. Mas sobre as peripécias do dia de hoje vão ter que ler no próximo post, que já vai ser conjunto :)


P.S. Porque quem espera (ou, melhor dizendo, procura) sempre alcança, encontrei a casa do mais black que mulungo Luís Santos!


P.S.2 - os próximos p.s. já foram escritos pelas duas!

P.S.3 - já temos saudades de todos os brókeres da nossa vida :)

P.S.4 - gostávamos que o Zagreg estivesse aqui connosco